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Reputação: Você cuida da sua?

Reputação: Você cuida da sua?
Fernanda Drumond
ago. 24 - 6 min de leitura
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Uma dos assuntos que mais me chamaram a atenção nos últimos meses foram os comportamentos ou posicionamento de pessoas públicas. Muitos influenciadores, escritores e artistas foram "cancelados" por não terem atenção na hora de publicar um conteúdo e tiveram a reputação abalada. 

O público espera muito dos comunicadores, principalmente que ele seja o que defende. Essa ideia segue o que Vera Natale, questionou no artigo  Você honra a sua palavra? quando apresentou o movimento "Walk the Talk". De acordo com o texto, "A expressão tem a ver com coerência entre seus atos e o que você pensa, defende e prática. Se houver divergência entre discurso e comportamento isso vai gerar perda de credibilidade junto ao seu público, afetando sua marca pessoal". 

Para alguns essas percepções podem ser óbvias. Porém, neste tempo de cólera que vivemos, tenho observado muitas pessoas se perderem ou cometerem  gafes que mancham a reputação de um trabalho de uma vida toda. 

Mesmo que a minoria faça barulho, o estrago pode ser grande.

Por outro lado, parece que o público está mais sensível do que nunca. Ele desempenha o papel de justiceiro. A tolerância acabou para muitos assuntos e toda conduta será avaliada com base nos valores e crenças pessoais, sem considerar as circunstâncias do comunicador. Mesmo que a minoria faça barulho, o estrago pode ser grande.

Se você não tem um produto ou serviço maior que a sua marca, a atenção com o seu conteúdo não pode ser relaxada. Conhecer a pluralidade do seu público também ajuda nessa decisão de como se posicionar e de não ser censurado por medo da cultura do cancelamento.

Abaixo compartilho alguns cases interessantes que acompanhei na quarentena.

J. K. Rowling, autora da saga Harry Potter, é uma das pessoas que cito que tem o legado maior que o próprio nome. Por meio dos livros e dos filmes, a autora "educou" uma geração de leitores crianças, que hoje são adultos. Existem até pesquisas que apontam que os livros tornam as crianças menos preconceituosas contra grupos culturalmente marginalizados. Em julho, Rowling foi acusada de transfobia pós um comentário no Twitter e trouxe uma enxurrada de reações contrárias ao posicionamento dela, inclusive, das estrelas do filme. Por mais que tenha tido essa polêmica toda, ela tem um produto maior que o nome dela. Ela não tá bem na fita, mas os leitores se importam mesmo é com o Harry Potter. 

Pessoas trans são quem elas dizem que são e merecem viver as suas vidas sem serem constantemente questionadas ou ouvirem pessoas dizendo que não são quem elas dizem que são.

Eu quero que os meus seguidores trans saibam que eu e tantas outras pessoas ao redor do mundo enxergamos vocês, respeitamos vocês e amamos vocês por quem vocês são.

Felipe Neto, YouTuber, a pessoa que muitos acham um menino, mas que não tem nada de menino. Após ao debate que participou no programa Roda Viva, o Felipe voltou a ser assunto nas minhas conversas. Uma amiga comentava que concordava com os posicionamentos do Felipe.

Quando questionei as atitudes dele, ela me respondeu: "Ele mudou, amadureceu e o canal não é mais o mesmo". Assisti ao Roda Viva para tirar as minhas conclusões. Se ele evoluiu como pessoa de verdade, não sei. Mas certamente ele é um profissional atento ao seu público. Cancelado pelos pais, ele precisou aprender e se adequar aos valores dos responsáveis. Assim, com as mudanças de comportamento e conteúdo, os pais voltaram a permitir que as crianças e jovens assistam os vídeos.

Na entrevista, ele ainda assume os erros do passado, diz que com o dialogo amadureceu e que está em constante aprendizado. Foi acusado de homofóbico, porém na última Bienal do Livro do Rio (2019) foi o responsável por comprar  e distribuir para o público os exemplares de um livro censurado pelo prefeito do Rio de Janeiro. Gostando ou não do Felipe Neto, o fato é que ele tem feito o marketing pessoal e tem sido bem sucedido.

Gabriela Pugliesi, influencer digital, teve a imagem abalada no início do isolamento social. Enquanto os brasileiros estavam preocupados com a situação do Brasil e do Mundo, ela deu uma festinha para amigos e caçoou da pandemia. O resultado foi doloroso, perdeu seguidores e patrocinadores. Na época, ela tinha 4,58 milhões de seguidores. Em uma semana ela perdeu 89 mil fãs e R$3 milhões em quebras de contratos. Assustada e com medo de perder ainda mais, ela desativou o perfil do Instagram. Em julho, três meses depois, ela reativou a conta pedindo desculpas pelo ocorrido. Não foi o suficiente, o volume de ex-fãs continuou crescendo. Hoje, ela tem 4,2 milhões de seguidores. Pensando no montante de seguidores que permanecem pode até parecer pouca a perda, porém foi o suficiente para aranhar a marca dela. 

 


Como podem ver, em tempos de redes sociais e polarização de posicionamentos, cuidar da reputação se torna mais importante do que nunca. Desta forma, o marketing  pessoal  cada vez  mais precisa ser realizado com propósito, coerência e humanização. Nós, comunicadores, também precisamos ser humildes, abertos para as mudanças culturais e dispostos a nos desenvolver. Assim para a troca de informações te pergunto: 

  • Você usa da empatia para entender o seu público?
  • O contato com o seu público já te fez mudar a visão de mundo? 
  • Você tem medo da cultura do cancelamento?

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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