Procure primeiro as perguntas!
Quando estiver lidando com questões complexas não opte pelo caminho do óbvio, procure primeiro as perguntas que as respostas virão depois.
Assumir um papel ativo na curadoria de nossas vidas e desenvolver a autoliderança passa por fazer boas perguntas aos clientes, a nossa equipe, aos colegas, aos familiares, aos amigos e principalmente, a nós mesmos.
Diante de desafios exercite a arte de fazer perguntas, na vida e no trabalho.
Procurar logo as respostas pode te levar a cair na armadilha de simplificar as possibilidades.
Boas perguntas ajudam mais do que respostas imediatas.
Boas perguntas nos colocam em movimento porque nos fazem ir atrás das respostas.
Boas perguntas nos obrigam a pausar e refletir.
Boas perguntas nos mostram um caminho que muitas vezes não havíamos cogitado porque permitem a exploração do desafio ou problema, nos fazem ter insights, mudar modelos mentais, reestruturar.
Edgar Schein, criador da metodologia nomeada de Consultoria de Processos -CP e da avaliação Âncoras , nos ensinou que há diferentes categorias de perguntas como perguntas confrontadoras e perguntas diagnósticas. Cada uma tem objetivos e impactos diferentes e assim devo usá-las.
Perguntas confrontadoras provocam um posicionamento e uma reação . Emissor e receptor da mensagem são mobilizados no processo.
Exemplo: Você poderia ter feito o seguinte... ? Você deveria...?
Perguntas diagnósticas são para analisar uma situação ou processo e não contém juízos de valor, sugestões conselhos ou opções.
Exemplos: Como você se sentiu a respeito? O que você pretende fazer a respeito?
Uma escuta ativa favorece os resultados das boas perguntas.
Boas perguntas podem nos levar a dar o salto na direção da transformação que desejamos.
Boas perguntas permitem que façamos uma imersão, de camada em camada, seguindo na direção cada vez mais profunda do problema, tirando os véus que encobrem a origem das dificuldades.
Boas perguntas nos afastam de armadilhas e mal entendidos porque permitem esclarecimentos e um diálogo apreciativo.
Boas perguntas nos levam a compreensão dos significados por trás de nosso comportamento e dos demais mostrando alguns padrões e repetições usados na busca de soluções. Padrões e repetições são sinais de alerta que nos levam a aprender mais sobre nós mesmos e sobre o comportamento dos outros.
Boas perguntas permitem a criação de relações mais francas e abertura para pedidos de ajuda.
Boas perguntas nos fazem dar o salto na direção da transformação que desejamos.
Brené Brown, autora best seller e pesquisadora do tema vulnerabilidade, escreveu que na arena da vida, com a cara no chão, conhecemos quem somos de verdade.
E quem nunca?
Quando após 10 anos de docência exerci a gestão acadêmica, dei um salto na direção da transformação que desejava. Fazer a gestão acadêmica numa instituição com números gigantescos como mais de 10.000 alunos, 5.000 professores, 100 diretores, foi desafiador! Noites de insônia, excesso de horas de trabalho, reuniões infinitas. Recorri a mentores mais experientes e cursos e leituras. Venci o desafio e foram 5 anos de aprendizados.
Ao deixar a gestão acadêmica fui para gestão de Projetos do Terceiro Setor, mudei minha identidade profissional, e muitas vezes era uma “estranha no ninho”. Foram mais de 7 anos de aprendizado sobre uma rede de saberes e metodologias colaborativas como trilhas educativas e percurso de formação. Depois de uma ano, já estava tão integrada e conectada que incorporei algumas das metodologias colaborativas e co-criação nos demais projetos em que atuei. Experiências preciosas que me mostraram a necessidade de maior conexão social e de equidade.
Nestes “saltos” na direção da transformação, aprender mais sobre mim mesma e contar com lideranças inspiradoras me fez acreditar que conhecimento técnico aliado a potencial criativo e amor ao aprendizado são ingredientes para superação dos desafios profissionais.
Sair dos desafios ou levantar-se da arena em momentos de vulnerabilidade exige contar com um espaço protegido para compartilhar medos e angústias, sem comparações ou julgamentos.
Uma dica!
Pra você exercitar fazer boas perguntas, indico meu “livro de cabeceira” Se eu fosse você o que faria como gestor de pessoas de Luís Carlos Queiroz Cabrera e Luís Edmundo P. Rosa.
Nunca cessamos de fazer perguntas diante de novos desafios e quando surgem novos sonhos.
Recomeços pedem novas e boas perguntas.
Uma pergunta disparadora para finalizar nossa conversa e começar outras...
O que me impede hoje de fazer a transformação que desejo?
Eu sou Laize de Barros, uso e abuso de perguntas disparadoras nas práticas de exercícios presentes para criar Jornadas de Aprendizagem, minha metodologia para alinhar vida e trabalho.