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Os limites do humor e da humanização nas redes sociais: entrevista com o criador do Dinofauro

Os limites do humor e da humanização nas redes sociais: entrevista com o criador do Dinofauro
Laíze Damasceno
jan. 29 - 7 min de leitura
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Sabe gifs e memes divertidos e tosquinhos? Quanto mais tosco e cheios de trocadilhos, mais eu compartilho e me acabo de rir.

Mas, quando o que era para ser engraçado vira piada de mau gosto e se espalha nas redes sociais em forma de ofensa?

Pois então, para falar sobre essa linha tênue e sobre relacionamento entre as marcas e o público no ambiente digital, eu entrevistei o Dinofauro! Ou melhor, conversei com André Crevilaro, o criador do personagem que conquistou espaço principalmente no Facebook. Mas, antes de irmos para a entrevista, preciso contar como eu conheci e me apaixonei ainda mais pelo dinossauro mais fofíneo da internet.

Estava eu feliz da vida dando minha palestra sobre Marketing de Gentileza no evento Blogando, em Foz do Iguaçu, em 2016. Em um dos slides eu mostrei a imagem do Dinofauro com uma dica de como fazer conteúdo com humor para conectar empresas e pessoas nas mídias digitais. E obviamente disse ao público o quanto eu amava esse dino.

Eis que alguém na plateia grita: “ele está aqui!!!”. Sabe criança contente e impressionada? Era eu naquele palco! Fiquei extasiada quando ele levantou, e as pessoas começaram a aplaudir pois perceberam o quão emocionada e feliz eu estava. Foi uma grande surpresa conhecer o criador do Dinoufauro nessa ocasião, e ao final da palestra batemos um papo rápido e trocamos presentes!

 Dinofauro Humor nas Redes Sociais

O André Crevilaro é empreendedor digital e me contou que trabalha desde os 16 anos; já passou por várias áreas profissionais, mas desde bem jovem já se interessava pelo Desenho. E e assim seguiu a carreira de Designer Gráfico na serigrafia da família. Fez cursos na área da administração e empreendedorismo e também teve experiência em docência na área digital. Vamos à entrevista exclusiva que ele me deu!

Laíze Damasceno | Marketing de Gentileza: Como surgiu a ideia de criar o Dinofauro?

André Crevilaro | Dinofauro: A imagem é um meme de internet, já existia alguns anos. Um dia antes de ir ao cinema com minha esposa criei a página com situações para ele, voltei do filme e tinha muitas curtidas, depois criamos uma personalidade para ele. Fazia postagens diárias e ele se tornou um viral novamente aqui no Brasil.

L.D: Ao que você atribui o sucesso do Dinofauro no Facebook?

A.C: É uma brincadeira lúdica, faz as pessoas rirem de algo inocente e até pagar um mico tentando falar o Dinofaurês. Eu acho que ele faz as pessoas terem uma distração sadia, contribui para que alguém mude o humor e consequentemente o seu dia e o dos outros. E isso já é um presente para mim, é uma corrente positiva.

LD: Até o momento não vi nenhum post ofensivo na página do Dinofauro. Como você lida com o humor, a gentileza e o respeito e como se relaciona com seus seguidores?

A.C: No começo tivemos receio de parecer capacitistas, mas nossos fãs nos auxiliaram com um post sobre fonoaudiologia explicando a situação e deixando claro que não pretendíamos fazer bullying com nenhum tipo de situação capacitista. Outra coisa é que a linguagem é própria do personagem, assim como existem o Cebolinha e o Chico Bento com suas particularidades na fala.

A minha vida inteira fui fã desses personagens e havia respeito na situação. Levei isso para o Dinofauro, que é amoroso e, para que ele se mantenha além do viral, hoje ele é mais do que um meme, ele faz parte de boas lembranças entre amigos e os nossos fãs.

LD: Antes de lançar o personagem você já tinha planos de vender os produtos na loja virtual? Conte sobre sua estratégia de negócios digitais.

A.C: Não era a intenção primária monetizar o personagem. Isso surgiu com o tempo e a necessidade. Como sempre trabalhei na área digital, percebi que as pessoas queriam algo além das postagens. Fiz o site e os designs dos produtos junto com o Boneco que é uma criação totalmente artesanal e vai contra a maneira de produção em massa de brinquedos de hoje. A cadeia de produção do Dinofauro é composta de pequenos e talentosos parceiros.

L.D: Eu amo todos os posts do Dinfauro, mas qual é o mais engraçado? 

A.C: Eu gosto do poema da batatinha, hahaha! Recebemos muitas dicas também. Na verdade parte do meu dia consiste em pensar situações com o Dinofauro e eu sempre acabo rindo disso também!

L.D: Tem post que não agrada a sua audiência? Como você contorna a situação?

A.C: Sim, geralmente posts comerciais têm essa tendência. Por isso sempre digo em minhas aulas, que Facebook não se trata apenas de vender e sim criar memórias. Sobre as postagens ter mais ou menos likes, não acho isso prioritário, porque ali podemos testar ideias e coisas. Portanto, não fique atrelado a grandes números de curtidas e sim a consistência de postagens.

L.D: Há limites para o humor ou vale tudo pela liberdade de expressão e pelo sucesso?

A.C: Tudo tem um limite. É importante sempre ter compreensão e ética. Humor sem ética é agressão. E sem a compreensão você não entende nem um e nem outro.

L.D: Sobre o cenário de ódio e ofensas que se espalham na internet, qual é sua visão?

A.C: Eu acho que o ódio e as coisas ruins são mais propagados que as coisas boas. As tretas chamam muito mais atenção. Então se isso está ocorrendo na sua timeline está na hora de deixar de seguir algumas coisas. Vale muito mais a pena ser positivo, mesmo que não seja o caminho mais fácil hoje em dia.

L.D: Que dica você dá para empreendedores que desejam investir em humor e ter sucesso nas mídias sociais?

A.C: Seja surpreendente, pense em situações diversas, um gato de óculos voando num avião, um vovô dançarino ou algo que te tire do que poderia ser a realidade. Não fique mostrando o seu produto como o principal, crie relações, ouse a ter sua linguagem,

seja original. Todas as marcas hoje se atentaram que humor vende. As grandes marcas sacaram isso, agora falta os pequenos entenderem como usar o humor de maneira inteligente porque se pesar a mão também poderá haver problemas.

L.D: Muito obrigada, querido! Adorei nosso bate-papo. Você pode deixar uma mensagem em Dinofaurês para os leitores do Marketing de Gentileza, por gentileza?

A.C: Vou chamar o Dinofauro: OI FESSOAL, EU AFOREI E ESFERO QUE FODOS FEFAM FENTIS FEMPRE, FFFF!

 

André Crevilaro - Criador do Dinofauro

Sobre o entrevistado: André Crevilaro é empreendedor, Designer Gráfico, Social Media Artist, Outsider e criador do Dinofauro. Saiba mais e siga o trabalho dele nas redes sociais: 

https://twitter.com/crevilaro 

https://www.facebook.com/Crevilaro/

 

E aí, o que achou dessa entrevista?

Até a próxima pauta!


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Laíze Damasceno

Fundadora do Marketing de Gentileza e especialista em conteúdo humanizado, Marketing de Gentileza

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