O mês de janeiro traz um forte sentimento de renovação - parece o momento perfeito para focar em novas resoluções, objetivos e metas. A campanha "Janeiro Branco", criada em 2014 no Brasil, se ancora nesse simbolismo para tratar do importante tema da saúde mental.
Atua de forma parecida que as outras campanhas que acontecem ao longo do ano, por exemplo, #SetembroAmarelo, #OutubroRosa, #NovembroAzul e que têm o objetivo de alertar as pessoas sobre um determinado tema, trazendo reflexões e dicas por meio de palestras, oficinas, cursos, workshops, entrevistas na mídia, etc.
Segundo reforçam no site da campanha, a cor branca foi escolhida para se atrelar a essa iniciativa, pois também carrega um forte simbolismo:
Nesse mês, o primeiro do ano, parece que sua vida volta a ser uma folha ou tela em branco e você se sente encorajado a reescrever sua história, seus sonhos, objetivos mais caros.
O propósito do #JaneiroBranco é trazer luz sobre a questão da saúde mental e emocional que fica muitas vezes de lado, sendo até considerada um assunto tabu, ou seja, com muito preconceito envolvido.
Distúrbios dessa natureza, muitas vezes silenciosos e invisíveis podem ser devastadores e não apenas para quem sofre, mas também para quem convive com pessoas portadoras de transtornos.
Infelizmente, o Brasil lidera os índices de pessoas com transtornos de ansiedade e é o quinto do ranking em casos de depressão, segundo dados da OMS.
Há, por exemplo, milhares de pessoas sofrendo transtornos de ansiedade e isso foi agravado com a pandemia do coronavírus. Por isso mesmo, o lema dessa 8ª edição é #TodoCuidadoConta!
Para os voluntários engajados na campanha, falar de saúde mental e emocional é antes de tudo abrir espaço para conscientizar o quanto é relevante: discutir os caminhos da prevenção, difundir as práticas do autocuidado e incentivar a cultura de se fazer um pacto pela saúde.
Tradução da frase do gif: Saúde mental importa.
Um dos parceiros oficiais dessa iniciativa em prol da saúde mental e emocional é a ZenkLub, plataforma que oferece orientação psicológica on-line, mesmo que você não tenha um convênio médico.
No site "Janeiro Branco", a Zenklub apresenta várias dicas para ajudar nessa causa.
Claro que nenhuma delas substitui o apoio de um profissional em saúde mental para auxiliar na correta avaliação e indicação de um tratamento mais apropriado ou na superação de traumas mais graves.
Porém, duas delas me chamaram a atenção, pois são fáceis de serem colocadas em prática:
1ª dica:
👉Ter o que eles chamam de um diário emocional que ajuda no processo de auto-observação, e a melhorar sua inteligência emocional.
E aqui abro um parêntesis para falar do poder terapêutico da escrita.
O diário é, nesse caso, o seu melhor amigo - não vai te julgar e vai te "ouvir" integralmente.
E quando você escreve nele para se expressar, sem pensar na qualidade do que você está escrevendo, se está certo ou errado, se o outro vai curtir ou não, você acaba organizando melhor esses sentimentos e ideias sobre o assunto que você decidiu escrever.
Funciona como um processo de catarse, termo que vem do grego "Kátharsis" e quer dizer purificação, ou seja, você elimina, coloca para fora o que não faz bem para você e, para algumas pessoas, isso pode ter efeito benéfico e terapêutico.
Segundo o artigo "O poder terapêutico da escrita: quando o silêncio fala alto":
"Escrever sobre experiências, sentimentos e pensamentos pode ter grande valor terapêutico, possivelmente porque isso auxilia a fazer reflexões. Estas reflexões possibilitam examinar cada experiência a partir de vários ângulos, em vez de, por exemplo, tentar transferir culpas para outros."
Então, seja para falar de suas emoções ou outras coisas, minha dica é se arrisque a:
✔ Criar um diário onde você possa colocar para fora sejam suas emoções, sentimentos e pensamentos, ou simplesmente suas ideias e sonhos, sem medo de julgamentos.
✔ E manter esse hábito de prestar mais atenção em você, usando esse recurso, pois é uma ótima forma de você começar a se conhecer um pouco mais e de quebra ainda destravar a sua escrita.
Aliás, um dos pilares do arroz com feijão da escrita e comunicação descomplicada é justamente o autoconhecimento.
Se conhecer melhor, suas fortalezas e fraquezas, o que te agrada ou não, por que e quando você se sabota, ajuda no processo de criar mais autoconfiança, inclusive no ato de escrever para o outro que está muito vinculado à coragem de se expor.
Costumo dizer que “Escrever é espelho e vitrine”. Espelha um pouco de você e te revela para o mundo.
Mas como a ideia o diário é não compartilhar com ninguém, a menos que você queira, então não custa nada experimentar essa prática de escrever para si.
Quando e sempre que você quiser mostrar isso ao mundo, te garanto que o processo vai ficar um pouco mais fácil. ✍(◔◡◔)
2ª dica:
👉 Se conectar com o que chamam de sua "jornada de vida" com base em questionamentos ancestrais eu diria – Quem eu sou? Quem é o outro? O que é a vida?
Para essa jornada de autoconhecimento, eles estão oferecendo um curso 100% on-line e gratuito com professores do naipe de Lúcia Helena Galvão, Clóvis de Barros Filho e Izabella Camargo para você começar essa trilha de olhar para dentro.
Basta se inscrever, acessando esse link - https://bit.ly/3o8qcaO
Como diria o psiquiatra e psicoterapeuta suíço, Carl Jung (1903-1955), criador de conceitos como arquétipo e inconsciente coletivo, “Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Quem olha fora sonha, quem olha dentro desperta”.
Acredito muito que é possível ter esse olhar generoso para dentro, envolvendo autocuidado e respeito, em especial com a sua história que é única.
Vambora preencher as folhas em branco da sua jornada e com muita generosidade? 😍
Tradução das frases do gif: "Sending virtual hug" (Enviando abraço virtual). Loading (Carregando); "Hug sent!" (Abraço enviado!).
Crédito das imagens: Abertura - Synergee/Getty Image no Canva ; Gifs- Giphy