Conheça os 10 pilares do movimento Slow Content e como usá-los na sua estratégia de conteúdo digital
Fonte: André Dahmer - Twitter @malvados
Se você achava que ninguém tinha tempo para mais uma rede social e se surpreendeu com o boom do Clubhouse, bem-vinda ao clube, com o perdão do trocadilho. 😂
A verdade é que diante da novidade nos vimos seduzidos por mais uma plataforma movida a conteúdo. Dessa vez, conversas ao vivo e sem registro de histórico. Ou seja: uma mistura de instantaneidade com urgência.
E tudo bem se isso está sendo saudável e proveitoso para você.
Acontece que, se por um lado, tudo indica que estamos no auge da criação de conteúdo digital; por outro, vale ficar de olho em diferentes tendências em um mundo de pessoas superconectadas e expostas a um volume absurdo de informação.
Uma dessas tendências é o Slow Content, movimento que defende a criação de menos conteúdo, com mais profundidade. É reduzir a velocidade do carro para poder observar melhor a paisagem e assim curtir o caminho, entende?
No final das contas, não deixa de ser um chamado para creators e público desacelerarem quando o assunto é conteúdo digital, contribuindo assim para uma relação mais relax com o que a gente lê, ouve e assiste em diferentes telas.
Sabe aquele tempo para deixar a ideia assentar antes de passar para o próximo conteúdo? A gente precisa se permitir fazer isso.
Para entender melhor o Slow Content é bom lembrar que o movimento se inspira no Slow Food movement, iniciativa criada na Itália, nos anos 80, contra a alimentação fast food e a favor de outra relação com o alimento e de um ritmo de vida menos acelerado.
Conheça o Slow Content e seus 10 pilares*
Mais qualidade, menos quantidade
Mais profundidade, menos frases de efeito
Mais criatividade, menos modismos
Mais palavras que enriqueçam o conteúdo, menos termos simplistas
Mais beleza e ideias surpreendentes, menos pragmatismo
Mais foco no propósito, menos foco no lucro
Mais liberdade nos formatos, menos dogmas sobre conteúdos curtos
Mais cidadão, menos consumidor
Mais reflexão, menos rapidez
Mais tradição, menos convenção
*Livre tradução do inglês
Na verdade, estamos falando sobre experimentar outra relação com o conteúdo, criando com o objetivo de construir vínculos de longo prazo e entendendo as pessoas para além de consumidores de informação rápida.
Acho tudo isso muito potente, mas assim como você, tenho me perguntado:
E a estratégia de conteúdo?
Primeiro, é entender que não se muda a chave de uma hora para a outra. Também é legal perceber que, dependendo do estágio da relação com o seu público, pode ser mais interessante começar experimentando a aplicação de alguns dos pilares do movimento.
Eu acredito muito que Slow Content é também sobre a sua relação com a criação do seu próprio conteúdo. Dê tempo ao tempo. Investigue outras formas de trabalhar. Experimente. Observe a resposta das pessoas. Vá devagar, com presença e consciente das mudanças que está implementando.
Como desacelerar na prática?
Você já pensou que em vez de ficar enlouquecida produzindo vários conteúdos diferentes pode ser mais interessante criar um conteúdo rico e investir mais energia na etapa de distribuição?
Uma sacada que a princípio nada tem a ver com Slow Content, mas que pode ajudar muito nisso é a estratégia de microconteúdo do GaryVee. O estrategista digital combina a produção de um conteúdo mais longo e robusto com uma distribuição estratégica via microconteúdos em diferentes plataformas.
Veja como funciona:
Crie um conteúdo principal
Dedique-se ao seu conteúdo rico. Você pode fazer isso em um post do seu blog ou um vídeo para o YouTube, por exemplo. Ofereça algo com profundidade, diferente do que o seu público costuma encontrar online, mas ainda assim alinhado às palavras-chave mais buscadas pelas pessoas sobre o tema. Ferramentas como o Google Trends podem te ajudar nisso.
Ouça as pessoas
Depois de publicar o seu conteúdo rico, uma dica para criar microconteúdos é ouvir a sua audiência nos comentários do blog ou do YouTube. Use um call to action que estimule a participação do público e veja a opinião das pessoas como termômetro para entender o que mais fez sentido para elas.
Caso ainda não tenha engajamento, volte no Google Trends e explore as consultas e os assuntos relacionados ao tema do seu conteúdo principal. Identifique assim o que poderia ser destacado daquilo que já foi criado.
Fragmente o conteúdo principal
Reaproveite o seu conteúdo principal na forma de microconteúdos pensados para a(s) plataforma(s) em que faz mais sentido você estar presente. Você pode investir em "quotes", trechos do vídeo principal, um carrossel com destaques do conteúdo principal etc.
Mas lembre-se: ninguém precisa estar em todas as redes. Esta é também uma decisão estratégica para a sua marca e o seu bem-estar pessoal e profissional.
E sempre acompanhe os resultados, testando e fazendo melhorias, ok?
Com este post busquei combinar algo mais reflexivo (a forma como temos nos relacionado com a produção e consumo de conteúdo digital) com dicas práticas (como criar conteúdo digital de forma desacelerada e estratégica).
Gostaria muito de saber se você acredita que o Slow Content pode ser uma alternativa de criar conteúdo com mais presença sem abrir mão da estratégia. Vamos falar mais sobre isso? Comente aqui.👇🏽
Capa: Foto de Valeriia Miller no Pexels
GIF: Giphy