A função básica do jornalismo é informar. Seu papel social é de imensurável importância. Os jornalistas entregam à sociedade assuntos pertinentes sobre política, educação, cultura, saúde etc. Cada qual valorizando uma mídia, uma linguagem, um recurso estilístico. E a pauta de hoje é sobre gêneros jornalísticos. Vem descobrir como esses formatos podem contribuir para uma escrita autêntica e criativa.
Antes de começar, vale aqui uma observação. Este conteúdo será compartilhado em um total de 6 artigos aqui na Comunidade Marketing de Gentileza. Começando por este com um panorama geral e novos artigos para cada um dos 5 grandes gêneros jornalísticos que serão abordados nesse estudo. Mas se tiver com fome de saber tudo de uma vez, só Clicar aqui e conferir lá no meu LinkedIn @Bianca-Piquet.
Sem a pretensão de encerrar o assunto, o presente artigo quer trazer a alguns exemplos dos mais comuns e renomados gêneros jornalísticos, suas potencialidades e características. De qualquer modo, aqui a ideia é um panorama geral, priorizando a análise dos jornais impressos e perpassando pelos demais veículos, como rádio e internet.
Tudo certo? Vamos começar!
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O que é gênero gramatical?
A Gramática traz o radical “gen.”, como de origem grega, carregando o sentido de origem, assim como genealogia e genética. Gênero é conjunto de elementos, seres com características comuns. (Terra, 2017)
O dicionário ajuda a dimensionar outra perspectiva da palavra gênero, também relacionada ao nosso contexto:
Categoria de obras literárias definidas por um conjunto de regras e características comuns. E aqui literatura tem um sentido amplo: arte de escrever trabalhos artísticos em prosa ou verso. conjunto desses trabalhos pertencentes a um país, época, gênero etc. Conjunto de conhecimentos e de estudos relacionados a essas obras e seus autores. atividade profissional de escritor. Conjunto de escritos dedicados a alguém, a um assunto. (Larousse Cultural, 1992)
E, logo, entendemos gêneros jornalísticos como categorias comunicacionais ligadas à diferentes formas do jornalismo.
O que é gênero jornalístico?
“Os gêneros jornalísticos são determinados pelo modo de produção dos meios de comunicação de massa e por manifestações culturais de cada sociedade onde as empresas jornalísticas estão inseridas. Precisam, portanto, ser estudados como um fenômeno histórico. Realizar uma classificação universal dos mesmos é praticamente uma tarefa impossível, visto que estão sempre em transformação. O que pode ser um gênero hoje amanhã não o será mais ou o que pode ser um gênero em um determinado país não o é em uma outra sociedade. Gêneros aparecem, crescem, mudam e desaparecem conforme o desenvolvimento tecnológico e cultural de cada nação e de cada empresa jornalística”. (Medina, 2001)
Como toda análise teórica, há múltiplos olhares de estudo, algumas convergências, também podendo haver divergências de visões.
Quais são os gêneros do jornalismo?
De modo sintético, aqui estão relacionados em tópicos os gêneros que serão tratados ao longo do texto. Para tanto, vale, em consonância, criar uma categorização quanto a sua função, seu objetivo. Isto porque são múltiplos os gêneros e, assim, pretende-se uma melhor visualização dos conceitos.
Código de Ética e Conduta do Jornalismo
O Código de Ética e Conduta do Jornalismo afirma o compromisso fundamental do “profissional com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação”.
O acesso à informação é um direito social constitucional. Ampliando a questão, é obrigação social do jornalista atuar com a responsabilidade social que seu cargo exige, tendo por finalidade o interesse público.
A divulgação da informação precisa e correta é “dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica - se pública, estatal ou privada - e da linha política de seus proprietários e/ou diretores”. (FENAJ, 2014)
Alinhando o discurso para o tema gênero jornalístico, a prática e ética profissional deve estar obrigatoriamente presente em todos os seus trabalhos, independente do gênero e do veículo.
Dito isso, vamos ao estudo dos gêneros do jornalismo.
GÊNERO INFORMATIVO
O gênero informativo é o pilar da função jornalística. Está alinhada ao compromisso de informar o acontecimento, a ocorrência e o fato com o máximo de isenção, transparência e imparcialidade possível – entendendo toda a subjetividade que esse conceito pode conter.
Entre seus subgêneros textuais está a notícia em papel de destaque. Com suas diretrizes textuais, que visam informar do modo mais direto, simplificado e objetivo possível. Cabem ainda neste grupo a nota, a entrevista e a reportagem – que também é vista como gênero misto, por engloba si outros gêneros e recursos informativos, além de maior liberdade estilística.
GÊNERO INTERPRETATIVO
A quem prefira chamar esse gênero de explicativo. A reflexão se dá porque “interpretação” pode soar e forma dúbia como uma intervenção, uma representação. Neste caso soaria mais como opinião. Entretanto, a expectativa se vale da intenção em explicar um acontecimento, de um texto; um comentário crítico. Um viés “educativo” e de colaboração.
Temas complexos ou específicos são destrinchados em explicações para o público em geral. Economia, acordos políticos, descobertas da ciência, mudanças na legislação, entre outros. Há um resgate, uma contextualização da informação, agrega-se um histórico etc.
O jornalismo interpretativo é também como jornalismo em profundidade, jornalismo motivacional entre outras possíveis nomenclaturas. E incluem os seguintes gêneros textuais: Análise, Perfil, Enquete, Cronologia e Dossiê.
GÊNERO OPINATIVO
Opinativo é mesmo de opinar. O/A jornalista apresenta uma opinião, um juízo sobre determinado fato. Expressa a sua ideia, dá um parecer pessoal sobre determinada ocorrência. O/A jornalista (articulista, especialista etc.) manifesta o seu modo particular / pessoal de falar – seja essa avaliação favorável ou não, e detém a responsabilidade legal sobre eles.
Entre os exemplos de gêneros informativo estão os artigos, as resenhas, as crônicas, os comentários, entre outros.
GÊNERO DIVERSIONAL
Nomes não faltam para categorizar esse gênero: jornalismo literário, jornalismo diversional, literatura não-ficcional, literatura da realidade, fait divers (fatos diversos), entre outras nominações.
O jornalismo literário busca desenvolver as técnicas narrativas, princípios e demais características do jornalismo diário. Fazê-lo de forma inovadora, criativa sem a pressão pelo horário de fechamento das publicações, o deadline.
Busca contextualizar a informação buscando informações complementares e que possam situar o leitor. Agregando descrições ilustrativas sobre o ambiente, as pessoas envolvidas, buscando apresentar o depoimento e sentimento dos personagens e apresentar o fato dentro de um amplo contexto.
Aqui se enquadram, de forma personalizada, as reportagens e as crônicas. Assim como as infografias, charges, cartuns e histórias em quadrinhos. Não duvido que logo logo os memes ganhem espaço nesse hall.
GÊNERO UTILITÁRIO
O gênero utilitário, também chamado de gênero de serviço, é aquele que buscam orientar ao público quanto a informações sobre produtos e serviços, dados que sejam válidos para a tomadas de decisões cotidianas. Visam prestar assistência, ser útil, daí a referência ao sinônimo gênero utilitário.
Estes gêneros são “formas adequadas de mediação para solicitações concretas da vida urbana, nos planos do negócio, da cultura, do consumo, do lazer, do acesso a bens e serviços, na ordenação de preferências e movimentos, nas estratégias e tácticas das sobrevivências. As espécies utilitárias deixaram de ser manifestações secundárias no relato da atualidade. (CHAPARRO,1998, p. 115-116 apud. (Vaz, 2008))
Entre os exemplos estão: roteiros, indicadores, obituário, previsão do tempo, campanhas, agendamentos, educacional / acadêmico etc. E, além disso, há o destaque para o papel de Ombudsman – que vale um parágrafo especial.
Dentro do campo do jornalismo, o ombudsman é um profissional que recebe denúncias dos cidadãos - geralmente sobre a Administração Pública Direta e Indireta, mas também serviços privados ou ações individuais. A pessoa recebe denúncias do público em geral, investiga tais queixas e cobra respostas aos respectivos responsáveis. Sua primazia legal é pela defesa do interesse público.
*** Prontinho! Já vimos bastante coisa para esse artigo de introdução ao gênero jornalístico. Já dá para tirar várias estratégias para criar nossos próprios textos. Também para perceber a intencionalidade do discurso jornalístico.
Os novos textos temáticos serão publicados aqui no Blog MDG nesta ordem:
- Gênero Informativo
- Gênero Interpretativo
- Gênero Opinativo
- Gênero Diversional
- Gênero Utilitário
Com contribuições especiais para a Comunidade mais gentil da Internet.
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