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E se parássemos de idolatrar os clientes?

E se parássemos de idolatrar os clientes?
Rhaiane Sodré
set. 15 - 6 min de leitura
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E se tratássemos todos com o mesmo cuidado que dizem para termos com os clientes? E se não fosse bacana priorizar, mas sim entender que pessoas, animais e coisas (rs) merecem respeito, gentileza.

Se o cliente não fosse tão idolatrado, talvez ele também tivesse uma maior compreensão que marcas são feitas e geridas por pessoas, que em outros cenários, também são clientes. Fico me perguntando se os atendimentos robotizados são considerados 'A solução' para os ávidos por uma resposta instantânea, mas sei, pois, eles acabam reclamando. 

Será que a necessidade imediata precisa mesmo ser gerada? Ou isso é papo de algoritmo? Eu, pelo menos, não sou muito de comprar por impulso, claro que já fiz e ainda até faço, mas sinto que essas compras nem sempre são úteis e que as marcas acabam não ficando na minha lembrança. Prefiro um atendimento humanizado do que acelerado para fechar mais uma venda. Quando você quer, você compra, mesmo que demore mais um pouco. 

Aconteceu recentemente comigo… venho ‘paquerando' uma profissional que oferece mentoria com a pegada do Slow Marketing. Em uma manhã estava com tempo e enviei um e-mail (confesso que um pouco longo) para contar um pouco das minhas expectativas e entender se o que ela oferecia poderia me ajudar de alguma forma. A resposta demorou um pouco, mas não estava preocupada com isso. 

Quando o retorno chegou, estava repleto de virtudes e cuidado. Ela elogiou um artigo meu aqui da comunidade que divulguei no LinkedIn sobre Slow, explicou o motivo de não ter respondido antes (por pura gentileza), enviou uma carta detalhada de como a mentoria poderia me ajudar, com valores e dinâmica, e colocou-se à disposição. Pronto. Fui fisgada de vez, mas há quem prefira uma resposta rápida ou robótica sobre quanto isso vai mexer no bolso, e não com a atenção necessária que todos merecem. Assim como há quem talvez precise ser mimado e tratado como exclusivo, já eu prefiro fazer parte de algo maio, gerar conexões genuínas. 

Estava interessada em uma MBA em Gestão de Negócios de Impacto Social. Surgiu uma promoção-relâmpago que me induziu a acreditar que seria o momento ideal. Fiz contato via WhatsApp e recebi logo um retorno, feito por uma pessoa, mas com um discurso robotizado. O mais importante parecia eu aproveitar o preço, que na semana seguinte já seria outro.

Passei a receber ligações de diferentes colaboradores da empresa com o discurso “você ainda não aproveitou a oferta?” Desisti, talvez em outro momento, e não será problema se eu tiver que pagar mais caro para ter tranquilidade na minha escolha. Não é uma decisão tão simples para ser baseada apenas no preço. E não é que a minha vontade fosse ter uma atenção diferenciada como nova possível aluna, pelo contrário, busco humanização, entendendo que é necessário saber esperar por isso. E que também venho fugindo do marketing agressivo, invasivo.

Fico também me perguntando: o importante é saber logo o valor ou saber valorizar antes o profissional e serviço que oferece? Para que saber de cara o preço? Para identificar se não é para você? É realmente o valor que deveria definir isso? Prefiro sonhar alto e manter o otimismo.

Tudo o que queremos, podemos! Contudo, é imprescindível ter o entendimento de que para tudo há um sacrifício e escolhas, cabe a mim, priorizar e focar no que realmente vai me preencher. 

Sei que pode parecer difícil aplicar esses pensamentos em todas as áreas, em algumas, a venda em massa, o lucro é o que mais importa. O ser humano indeciso é o alimento para os gatilhos de marketing. Mas, quero voltar para a reflexão inicial, com a proposta de que dar relevância para o cliente é fundamental, mas colocá-lo em uma posição de que “ele está sempre certo e precisa de um breve retorno” passou a não fazer mais muito sentido para mim quando mergulhei no mundo da comunidade, do Slow Living.

Dar esse ‘poder’ e essa agilidade que alimentam os algoritmos para um cliente é ficar refém de um movimento cansativo, em que não vejo como uma opção de abundância. 

Aqui no Marketing de Gentileza, o cliente tem a sua história valorizada, ele passa a fazer parte da marca e é quem mais divulga os valores propostos e os resultados que conquista com os cursos e mentorias.

Dinheiro é preciso, mas tenho visto muitas formas de rentabilizar, com o consumidor sendo o responsável direto por contribuir com a criatividade, a cultura, produtos que beneficiam a sociedade, e não apenas a si próprio... Fazendo a sua escolha saudável e no seu ritmo, sem ser induzido a ela.

O trabalho jornalístico do Meteoro, por exemplo, é mantido por quem acredita nele. O conteúdo está lá, disponível de forma gratuita, mas se você quiser… pode contribuir para ele continuar existindo, já que ajuda um montão de gente com as opiniões importantes que os vídeos nos convida a refletir.

Assim também tem acontecido com muitos DJs, que em tempo de pandemia passaram a não ter mais as festas para tocar. Por meio da plataforma Tweet, estão se reinventando ao vivo, interagindo e tocando de casa para quem quiser. Nestes casos, contribuir ou recompensar não é uma obrigação, mas uma opção para o consumidor.

Pelo marketing consciente e generoso, eu vibro! E você? 

 


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