Lembra quando era criança e sua mãe queria te matar por rabiscar as paredes?
Pois é, ali a sua criatividade queria criar asas, mas, digamos que a parede não é tão aceitável. Aí os seus pais resolvem te dar um bloquinho e uma caixa de lápis de cor, ou giz de cera, assim você fica entretido e não destrói a casa (kkk)
Há aqueles que dão quebra-cabeças, brinquedos, Legos, enfim...uma infinidade de formas e cores que a sua mente PIRA na bananinha para absorver e aproveitar tudo.
Sua imaginação fluí, você inventa histórias com tijolos, barros e guarda-roupas da avó. Eu lembro que quando minha casa estava em construção havia muitos tijolos e o quintal era de terra, imagina a farra? Brincávamos MUITO de montar vilas e casinhas no meio daquela zona.
Mas o tempo passa e você começa a ser introduzido na sociedade com seus roteiros predefinidos sobre o que dá, ou não, dinheiro.
Em um mundo capitalista, o dinheiro comanda, mas o seu coração adoece e quando cresce percebe que não é tão criativo quanto o amigo designer ou que queria poder criar sem pensar no boleto que vai vencer. A verdade é que a sociedade nos obriga a colocar a nossa criatividade em um pote difícil de abrir com o passar dos anos.
Me senti assim por algum tempo, mas tive a sorte da minha mãe sempre me incentivar. Porém, descobri que não sou o tipo de criativa das cores, eu gosto das palavras, da comunicação e da conexão que posso fazer com diversas pessoas através da escrita.
(Mas, você não era designer?)
Sim sou, na verdade, não apagamos o que somos, só escrevemos o que queremos ser daqui à frente.
Trabalhei na área de criação por 8 anos, mas sempre me senti meio fora da "caixa criativa", eu gostava de pensar como aquela paleta e como aquelas formas poderiam agregar ou encantar quem as vissem. Então meus esforços acabavam sendo mais no texto do que na arte. Não que eu não gostasse do meu trabalho, o amei e aperfeiçoei durante anos, mas quando entrei na faculdade descobri outro possível universo, o das palavras que já eram parte da minha vida, porém nunca dei atenção. Sempre gostei de escrever, tive blogs, tumblrs, diários e agendas de versos, no entanto, ela ficou ali de canto com o passar dos anos.
Contudo, havia um obstáculo na minha cabeça, eu não era criativa e me convenci disso e me senti um NADA perante aqueles que eram tudo aos meus olhos. Por sorte, ou teimosia, não deixei que fosse uma parede no meu caminho, não era possível que a criatividade fosse um dom, e se for eu quero ter. Por isso, comecei a pesquisar sobre técnicas para desenvolver a criatividade e me deparei com um workshop online da Hypeness que falava exatamente sobre isso. Lembro que teve uma aula com o Murilo Gun sobre criatividade e como desenvolvê-la e assistir à aula foi como se acendesse uma luz na minha mente, eu podia tê-la, só precisava trabalhar nela.
youtube.com/watch?v=wrZXq_xr_6g&t=4s
E nesse percurso descobri a “Criatividade Inteligente”, basicamente ela é uma forma consciente de desenvolver a criatividade através de novas conexões cerebrais que possam desenvolver a nossa capacidade de associar e criar. Há quem associe a criatividade com a criação de arte, porém, ela está no nosso dia-a-dia sem que a percebemos, ali na receita nova, no trabalho quando tem uma nova ideia para um projeto ou na solução de problemas cotidianos. Ela está ali. Nos acompanhando como uma sombra sem que a percebemos.
Você percebe as suas sombras? Eu não!
Essas manifestações fazem parte do processo criativo no qual colocamos para fora nossos pensamentos, nossos sentimentos e nossa percepção individual do mundo, do nosso mundo. Quando somos capazes de traduzir nossos sentimentos em movimentos, cores, palavras e formas e, com isso, ajudamos a criar um desejo individual ou coletivo, estamos criando, estamos sendo criativos.
Tá, e como desenvolvo essa tal de criatividade inteligente?
A conexão interna é um dos aspectos mais importantes para vivenciar os processos criativos e criar novos projetos e soluções. Independente da área em que atua, a motivação é um dos principais motores para se fazer qualquer coisa e ela não vem de fora, ela vem de dentro.
E aí nos deparamos com vários tipos de criativos e pessoas que desenvolvem seus papéis de acordo com a sua personalidade. Roger Von Oech, um estudioso e consultor em criatividade no Vale do Silício (Silicon Valley), listou esses 4 estereótipos criativos que são:
Photo by Cristina Gottardi on Unsplash
EXPLORADOR: Busca o que deseja fazendo uma seleção perante uma série de objetivos. Gosta de ser original, portanto sua curiosidade é sua melhor amiga. Escreve as suas ideias e está sempre alerta.
ARTISTA: Transforma a informação em ideias inovadoras, é flexível e se adapta a qualquer ambiente. Rompe regras antigas e cria sem ter medo de arriscar-se.
JUIZ: Avalia bem as ideias para decidir se implementa ou não. Seu tempo é seu aliado e sempre segue um cronograma para implantação da nova ideia.
GUERREIRO: É estrategista e planeja cada passo para colocar a ideia em prática. Tem coragem, enfrenta todas as críticas e persiste em suas ideias quando acredita nelas.
O ideal é que cada pessoa tente combinar esses estereótipos para que consiga se desenvolver. Ou seja, que você saia da zona de conforto e ao invés de nadar na piscina que é mais confortável, se jogue em uma cachoeira.
Dicas para desenvolver a Criatividade
A premissa da criatividade inteligente é experimentar novas formas de ver o mundo. Sair da sua zona de conforto é:
- Ouvir músicas diferentes;
- Conhecer novos lugares;
- Assistir filmes e séries diferentes do que está acostumado;
- Aprender novos idiomas;
- Aprender novas habilidades, de preferência fora da sua área profissional;
- Mudar a rota do seu dia, ir por novos caminhos;
- Experimentar coisas novas, como acampar ao invés de alugar um quarto em um hotel;
- Praticar novos esportes, que tal sair da academia e ir para o ar livre?;
- Ler mais livros, de diversos temas;
- Consumir conteúdos de diversas fontes como jornais, podcasts, vídeos, cursos etc.
Aprender algo novos, todos os dias, ajudam o seu cérebro a ativar novas sinapses e, consequentemente, a ser mais criativo.
Entenda que em todo ato de criatividade há um diálogo entre seu passado, presente e futuro, é tudo aquilo que você aprende hoje e amanhã. É o aprender, é o tentar e errar. É ser quem você é.
Criatividade é a inteligência se divertindo - Albert Einstein
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