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Como desconstruir preconceitos

Como desconstruir preconceitos
Laíze de Barros
mai. 24 - 11 min de leitura
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A palavra “desconstrução” tem sido bastante utilizada para definir o momento que vivemos de mudanças em nossas referências. Ouvimos homens mencionarem que estão desconstruindo seu machismo ou pessoas com mais de 60 anos discutindo temas como sexualidade mostrando que estão desconstruindo seu olhar sobre a própria velhice.

As empresas têm como objetivo uma boa governança e uma gestão sustentável o que hoje significa desconstruir preconceitos na conquista dos bons negócios. Isso mesmo! Bons negócios combinam com equidade de gênero e diversidade racial.

Pessoas e empresas têm em comum a necessidade de ampliação de repertório para a transformação de posicionamento e implementação de atitudes e ações, respectivamente.

Nossa presença cada vez mais constante em quantidade nas redes sociais deve avançar para a qualidade de participação, ou seja, nossa comunicação deve ser inclusiva.

Homem não chora!

O combate ao machismo tem sido cada vez mais comentado como caminho para uma paternidade responsável, como obrigatoriedade na equidade entre os gêneros e para a saúde mental de homens que não suportam mais o estereótipo de heróis sem emoção, de competidores vorazes e por aí vai...

Há grupos de homens sendo formados para promoção de debates sobre estes temas e união de forças.

Indico um!

Brotherhood: Um movimento de homens para homens, em uma nova visão sobre o sagrado masculino.

Gu Tanaka criou este movimento e é autor de 2 livros “11 Dias para Despertar” e “Depois do Despertar”.

Você pode saber mais sobre Brotherhood nesta entrevista no link abaixo:

http://gustavotanaka.com.br

Este movimento de olhar pra dentro é importante, mas por vezes a transformação precisa de acompanhamento. Homens precisam de mentoria para mudar!

É o que nos diz o professor da universidade de Nova York, Claudio Garcia, em sua coluna no Valor Econômico, Os homens é que precisam de mentoria para mudar: “Somos nós, homens, que precisamos de ajuda. Ajuda, aliás, que não gostamos muito de pedir, já que isso sugere fraqueza, vulnerabilidade, ou algo que não combina com a máscara que aprendemos a vestir ao longo da vida”.

Os homens é que precisam de mentoria para mudar | Carreira | Valor Econômico (globo.com)

MULHER NÃO PODE ! Só Que Não

O menino indiano Anujath Sindhu Vinayla aos 10 anos ensinou o mundo sobre a importância do trabalho de uma mulher. Ele desenhou sua mãe em tarefas domésticas e demonstrou as muitas atividades exercidas por ela. Seu desenho, na imagem acima,  intitulado Retrato da mulher que não trabalha é uma crítica ao não reconhecimento da mulher que realiza tarefas domésticas e tornou-se um símbolo da luta pela equidade entre os gêneros a ser conquistada. 

Sabemos que a participação de mulheres nas decisões empresariais e políticas e a ascensão a cargos de liderança depende de influenciar mentes e corações para a transformação.

No caso das mães, a mulher que realiza trabalhos domésticos e a mulher que atua no mercado, sofrem com excesso de tarefas e preconceitos como o não reconhecimento social e a ausência de políticas públicas que garantam empregos, creches e escolas para crianças pequenas.

Há múltiplas barreiras ao crescimento profissional de mulheres.

São barreiras internas e barreiras estruturais e culturais.

As barreiras internas são a autoimagem e autoestima, principalmente. A descrença em seu potencial para realizar se profissionalmente acompanhada de desconhecimento de talentos, habilidades e competências.

As barreiras estruturais e culturais são as impostas por um certo modelo masculino prevalente que impede a ascensão profissional de mulheres ou cria impedimentos para tal, por vezes sutis, como negar ou intimidar a participação igualitária em reuniões de trabalho e dificultar a promoção ou o exercício de funções de liderança.

Embora estudem mais, as mulheres ganham menos e ainda lutam pela equidade salarial.

Segundo Sally Hegelsen, co-autora do livro " How women rise ", em português “Como as mulheres chegam ao topo”, é principalmente a eliminação das barreiras internas que permite à mulher ocupar uma posição de influência e autoridade. E então as coisas podem começar a mudar!

E para identificar quais são os comportamentos que nós, mulheres, desenvolvemos em nossas carreiras numa tentativa de sobreviver e sermos reconhecidas, Sally propõe que além de construirmos alianças e apoios que abusemos do poder de dar e receber feedback fazendo uso de perguntas disparadoras.

Escrevi aqui sobre a arte de fazer perguntas disparadoras, você pode ler o artigo em:

Procure primeiro as perguntas - Comunidade Marketing de Gentileza

Podemos ainda contar com iniciativas recentes de Programas de Mentorias para mulheres e para meninas com objetivo de empoderar ambas e derrubar as referidas barreiras para a liderança feminina.

Sou mentora no Programa de Mentoria Nós por Elas -com parceria da ONU Mulheres e OIT- criado com este fim que está em sua 6ª edição impactando a cada edição 300 mulheres.  

Ampliar repertório é descontruir preconceitos

A ampliação de repertório nos leva ao respeito às diferenças, elimina barreiras e impede o uso de vocabulários discriminatórios e preconceituosos.

Te convido a conhecer a cartilha “Vamos repensar nosso vocabulário- racismo sutil”, criada pelo Sistema S que nos alerta sobre palavras e frases racistas que devemos evitar. A leitura é facilitada pelo formato de cartilha colorida e lúdica podendo ser usada em escolas, empresas, clubes e demais espaços sociais.

Programa de Diversidade do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac lança cartilha sobre expressões racistas - SESC-RS

Velho é lindo!

Este é o "mantra" da professora, escritora e antropóloga Miriam Goldenberg. Pesquisadora da velhice, que luta pela desconstrução de ideias equivocadas sobre o envelhecimento. Suas colunas bem-humoradas em mídias impressa, Folha de SP, e virtual, UOL, são um convite à reflexão e trazem muitas informações retiradas de suas pesquisas.

Recentemente, a podcaster do 50 crises, Cris Guerra, quebrou a internet com  sua resposta ao episódio  Responsável, do Porta dos Fundos, com Fabio Porchat.

A escritora e produtora de conteúdo digital, ocupou seu lugar de fala para descontruir, item, por item vários preconceitos e desinformações sobre o que é e o que não é envelhecer nos tempos atuais.

https://youtu.be/8FbEVSyaRcQ

E pra continuar "nesta toada”, te convido a assistir no Canal do Youtube  o programa “Escritora no divã” da psicanalista e escritora Silvia Loeb de 77 anos.

Silvia assim apresenta seu Canal “este é um lugar para mulheres com mais de 55 anos que desejam reinventar sua vida, como estou fazendo com a minha. O Escritora no divã é um espaço para se informar, se inspirar e, claro, falar sobre envelhecimento. Hoje em dia, nós mulheres estamos desafiando estereótipos, desejamos ter uma velhice diferente do que os velhos de antigamente. O que buscamos? Saúde, independência e autonomia financeira. E o que mais?”

https://youtu.be/_SIhB1XORSo

Como podemos mudar este cenário?

Como escreveu a escritora nigeriana Chimamanda Adichie no best seller “Sejamos todos feministas” devemos “educar garotas para que elas tenham mais amor próprio”.

Segundo a ONG Pro mundo, as meninas realizam 40% a mais de trabalhos domésticos que meninos. A desigualdade de gênero começa em casa, se estende para a vida social e o trabalho e se normatiza.

Há necessidade de uma união de esforços que reúna políticas públicas, educação familiar, educação escolar e a conquista de maior igualdade econômica e social que permita oportunidades para todos e todas crescerem alinhando vida e carreira.

Não há UMA receita para educar meninas, mas algumas orientações têm se mostrado potentes para o empoderamento feminino e a superação de sexismo e demais preconceitos.

Aqui selecionei 10 orientações para uma educação que cultive a autoconfiança e o amor próprio das meninas:

  1. Respeite seu modo de ser único;
  2. Permita que reconheça e expresse seus sentimentos;
  3. Seja você um exemplo de amor próprio e assuma seus erros e imperfeições e sua capacidade de se levantar após a queda;
  4. Quanto menos estressante for a vida dos pais menos será a dos filhos;
  5. Ensine o cultivo da cooperação e não a competição;
  6. Apoie suas escolhas profissionais e diga que são mutáveis;
  7. Enalteça suas qualidades pra além da aparência;
  8. Crie espaços para que brinque usando a sua capacidade de imaginação;
  9. Ensine que ser fraterno muda o mundo;
  10. Fortaleça as escolhas de estar entre quem a apoia e a admira.

Sobre educar é importante lembrar que a arte muito nos ensina e afeta porque toca os corações, nos emociona e nos faz refletir de forma divertida e prazerosa.

Selecionei dicas de filmes e livros que apresentam histórias inspiradoras que discutem temas como a tolerância, o sexismo, a discriminação, o etarismo permitindo expandir pontos de vista, ampliar repertório e promover empatia.

  • Filmes em plataformas de streaming, reserve a pipoca!

  1. O espelho tem duas faces - Netflix com Barbra Streisand: relata a complicada relação de mãe e filha e suas consequências na vida profissional e pessoal da protagonista.
  2. One of Us - Netflix: um documentário sobre judeus ortodoxos com foco em histórias de mulheres e de jovens e suas dificuldades de exercer a liberdade de viver e ser quem são de verdade.
  3. Vovó saiu do armário - Netflix: uma comédia recheada de desconstrução de preconceitos não apenas sobre etarismo, mas a homossexualidade e os estereótipos sobre família e gênero.
  4. Sr. Estagiário: com Robert de Niro e Anne Hathaway conta a saga de um homem de 70 anos, viúvo, que volta ao mercado de trabalho para ser estagiário em um site de moda. Há muitas reviravoltas na relação de trabalho que derrubam alguns preconceitos.
  5. Viver duas vezes - Netflix: filme espanhol de 2019 narra a história do professor de Física, viúvo e aposentado, Emilio (Oscar Martínez), que após o diagnóstico de Alzheimer decide ir com sua família em busca do seu amor de infância.

Livros para se divertir e refletir!

  1. Frida Kahlo - Coco Chanel. São as biografias de 2 mulheres inspiradoras com vidas distintas, mas ambas criativas e empreendedoras em suas áreas. Coleção Gente pequena, grandes sonhos, Editora Catapulta.
  2. Pequeno manual antirracista, da filósofa Djamila Ribeiro, Companhia das Letras. Um best seller da autora ativista da luta contra o racismo e neste manual escreve sobre negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos.
  3. A diversidade. Aprendendo a ser humano. Livro do filósofo Mario Sérgio Cortella. Para o autor, o estranhamento do outro nos leva a preconceitos e violência, sendo o contraponto, a beleza e a riqueza existentes na diferença.

Mais importante é você se propor a olhar o mundo com novas lentes, conhecer novas e diferentes formas de viver e amar.

Espero que aproveite a viagem! E conta pra mim o que viu pela janela..

[crédito das imagens: capa Dia mundial da diversidade cultural UNESCO;  Cinema e Library Ria Sopola em Pixabay e gifs em  https://giphy.com ]


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Laíze de Barros

Professora universitária, psicóloga e mentora para Jornadas de Aprendizagem, Laize de Barros

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