Nesse artigo você conhecerá as cinco armadilhas da mente e algumas sugestões dadas pela autora e pesquisadora Jennifer Gervey Berger, escritora do livro Unlocking Leadership Mindtraps.
Tive o grande prazer de assisti-la pessoalmente e creio que essas dicas te ajudarão em como prosperar na complexidade do cenário atual do mundo!
Conheça algumas perguntas que nortearam essa sessão (como um workshop) e que continuam super atual!!
- Como mudar as nossas vidas?
- Como identificar as armadilhas que nos “prendem” em nossa única forma de ver o mundo?
- E principalmente, como realmente dar suporte às mudanças desejadas por nossos clientes?
Armadilha número 1: “Nós acreditamos que estamos certos”.
Temos crenças automáticas de que estamos certos e nos sentimos confortáveis com isso. Perceba a partir de hoje qual é a sua reação quando alguém traz uma nova perspectiva ou opinião ou quando recebe questionamentos sobre algo aparentemente “improvável”.
Você fica na defensiva ou tem curiosidade sobre o novo? Imediatamente também pensei nas contribuições da Judith Glaser (sobre comportamentos que favorecem a construção da confiança): o quanto que somos viciados em estar certos? O quanto mais nos apresentamos como certos e donos da verdade, o quanto menos as pessoas tem vontade de estarem perto de nós. Quanto maior a certeza de nossas convicções e verdades, menor é o grau de confiança no ambiente.
E para quê sentir-se mal quando cometemos erros? Imagine como seria se você estiver errado...o que de mal poderia acontecer realmente ao errar?
É necessário escutar para aprender. Não há mais espaço para escutar para ganhar, escutar para manipular ou escutar para brigar! Escutar para ser escutado, com real intenção e presença é um caminho para escapar dessa armadilha.
Armadilha número 2: “Nós contamos histórias simples” (E geralmente as mesmas).
Qual seria a sua resposta para a pergunta: “quem chamaria para jantar na sua casa hoje”?
Você chamaria a mesma pessoa escolhida ou pessoas com características semelhantes? Se sim, pode ser que tenha “caído nessa armadilha”.
Para escapar das nossas histórias/respostas simples, podemos começar a contar a primeira história, a segunda e uma terceira história de maneiras diferentes. Ousar contar as mesmas histórias de formas diferentes ou novas histórias. Sair das respostas óbvias e prontas.
Aliás, quais são as histórias ou respostas que não te servem mais...?
Armadilha número 3: “Nós gostamos quando concordamos”.
Nossas conexões sociais foram construídas para concordarmos! Nosso cérebro não identifica a diferença entre dor física e a dor emocional e nós fomos “programados” para evitar dores sociais. Quantas vezes em nossas vidas mudamos o que falaríamos, para falar algo mais agradável ou aparentemente socialmente mais aceitável? A concordância traz conforto, mas ao contrário de nos aproximar, ela afasta a possibilidade de aprofundarmos as nossas relações humanas.
Para escapar dessa armadilha, precisamos aprender a discordar para expandir os nossos pontos de vista. Não é abrir mão do seu próprio ponto de vista, mas incluir o dos outros também.
Segundo Roman Krznaric, autor do livro “O Poder da Empatia”, estamos saindo da era da introspecção (que veio com muita ênfase nos últimos 50 anos) e entrando na era da outrospecção (enxergar a vida através da percepção do outro). Esse equilíbrio entre incluir a percepção própria e a percepção alheia nos ajuda a lidar de forma mais efetiva com as discordâncias.
Armadilha número 4: “Nós gostamos de estar no controle”
Controle do que está acontecendo, controle nas relações, controle dos colaboradores, a lista não tem fim...e a autora questiona: “Em uma escala de 1 a 5, o quanto vocês gostam de estar no controle das situações”? (Se a sua escala for alta também, me envia um e-mail e vamos nos ajudar!)
Para uma mãe de três filhos como eu e na minha crença de mãe, eu ainda penso que posso controlar a vida dos meus filhos. E comecei a refletir sobre a minha “bagunça de crenças”. Ajudar a organizar, orientar e cuidar faz sentido para mim. Mas onde será que vou chegar com esse meu excesso de controle? Para escapar dessa armadilha, no livro “ Coaching: O que você precisa saber”, da Eliana Dutra tem uma alternativa para nos ajudar com esse dilema: refletir sobre o que de fato controlamos, o que influenciamos e o que nem controlamos e nem influenciamos. Provavelmente você chegará a alguns insights poderosos sobre o que realmente controla.
Armadilha número 5: “ Nós protegemos nossas identidades”.
Adotamos comportamentos e agimos seguindo o nosso ego. Para quê estão nos servindo nossas ilusões? Será que para perder o nosso bem mais precioso: o tempo em nossas vidas? O palestrante do Converge19 Simon Blackhall, apresentou em sua palestra sobre Inteligência espiritual as informações sobre “Ego Driven Drama”(Drama Dirigido pelo Ego). Eu não sei qual é o nome de sua preferência, mas podem ter diversas traduções como: verdades absolutas, excesso de competição, “bico’, “picuinha”, “Não concordei com a sua opinião então não trabalho mais com você”.... o tempo dedicado para as disputas de ego em números são surpreendentes:
- o tempo dedicado por dia: 10 a 30% todos os dias
- o tempo dedicado todos os anos: 1 a 4 meses todos os anos
- o tempo durante a vida de um adulto: 7 a 21 anos
Nós não podemos imaginar como seremos verdadeiramente enquanto estivermos presos na história e ilusão dos nossos egos.
E para nos tornamos novos e alinhar nossos corpos e mentes para a verdadeira conexão humana e lidar com a complexidade do mundo VUCA, é necessário redesenhar essas armadilhas.
Como fazer isso?
Das cinco armadilhas da mente apresentadas, qual é a armadilha que está mais presente em sua vida hoje? Identifique e crie formas de escapar delas!
Segundo Jennifer Berger, “nós seres humanos desenvolvemos caminhos mais curtos para sobreviver quando o mundo era mais simples. E para sobreviver diante da complexidade do mundo hoje, precisamos interagir de forma a reconhecer estas armadilhas (nossas e de nossos clientes) e criar maneiras criativas de escapar delas”.
Referências para conhecer mais sobre a pesquisadora: